Acordo. Nem sei onde estou, muito menos o que está acontecendo. Abro a janela, mas não vejo nada. Aliás, não vejo nada há muito tempo. E, por sinal, nem sei mais quanto tempo é muito tempo.
Talvez nem seja. Ou talvez seja por isso.
Saio da cama, sem saber como abri a janela se nem tinha ainda me levantado. Me dou conta que isso não faz diferença. Janela sem vista é assim mesmo, não faz diferença se está fechada ou aberta. Não vejo mesmo nada.
Aliás, não vejo nada há muito tempo.
Penso em me dirigir à porta, mas... penso? Sim, acho que penso. Ou melhor, penso que acho, que penso. Dizem que o pensamento é mais rápido que a consciência. No momento em que pensamos em pensar em algo, é tarde demais... já pensamos nisso. Um milésimo de segundo pode ser o suficiente pra pensar em tudo.
Talvez nem seja. Ou talvez seja por isso.
Enfim, no momento em que penso - ou (penso que) acho que penso – em me dirigir à porta, já não estou mais lá, já não há mais porta. Mas, também, que diferença faz passar por uma porta quando não se sabe onde está, muito menos pra onde se está indo? Não vejo diferença alguma.
Aliás, não vejo nada há muito tempo.
Vejo então que devo pensar exatamente o oposto. De quê eu não sei, já que não vejo e muito menos penso – ou melhor, acho que não penso – nada; Se não vejo e não penso, então não importa o lugar, pois não estou. Se não estou... penso logo: existo?
Olho ao meu redor. Mesmo sem ver nada, ainda consigo olhar ao meu redor. Então vejo (ou, melhor, olho) pessoas, que passam. Por onde, não sei; nem sei onde estou... Aliás, nem sei se estou. O fato é que elas também não me vêem. Até me olham, mas certamente não vêem.
Aliás, não vêem nada há muito tempo.
Me dou conta então de uma coisa: como posso saber o que vejo, ou não vejo, e se as pessoas vêem, ou se não vêem, há muito tempo, se não sei efetivamente há quanto tempo, é, muito? Talvez seja por isso que não vejo, ou não sou visto.
Ou talvez nem seja. Talvez, seja por isso.
Acordo. Nem sei onde estou... muito menos o que está acontecendo. Penso logo: existo?
Me dou conta que isso não faz diferença.
Talvez nem seja. Ou talvez seja por isso.
Saio da cama, sem saber como abri a janela se nem tinha ainda me levantado. Me dou conta que isso não faz diferença. Janela sem vista é assim mesmo, não faz diferença se está fechada ou aberta. Não vejo mesmo nada.
Aliás, não vejo nada há muito tempo.
Penso em me dirigir à porta, mas... penso? Sim, acho que penso. Ou melhor, penso que acho, que penso. Dizem que o pensamento é mais rápido que a consciência. No momento em que pensamos em pensar em algo, é tarde demais... já pensamos nisso. Um milésimo de segundo pode ser o suficiente pra pensar em tudo.
Talvez nem seja. Ou talvez seja por isso.
Enfim, no momento em que penso - ou (penso que) acho que penso – em me dirigir à porta, já não estou mais lá, já não há mais porta. Mas, também, que diferença faz passar por uma porta quando não se sabe onde está, muito menos pra onde se está indo? Não vejo diferença alguma.
Aliás, não vejo nada há muito tempo.
Vejo então que devo pensar exatamente o oposto. De quê eu não sei, já que não vejo e muito menos penso – ou melhor, acho que não penso – nada; Se não vejo e não penso, então não importa o lugar, pois não estou. Se não estou... penso logo: existo?
Olho ao meu redor. Mesmo sem ver nada, ainda consigo olhar ao meu redor. Então vejo (ou, melhor, olho) pessoas, que passam. Por onde, não sei; nem sei onde estou... Aliás, nem sei se estou. O fato é que elas também não me vêem. Até me olham, mas certamente não vêem.
Aliás, não vêem nada há muito tempo.
Me dou conta então de uma coisa: como posso saber o que vejo, ou não vejo, e se as pessoas vêem, ou se não vêem, há muito tempo, se não sei efetivamente há quanto tempo, é, muito? Talvez seja por isso que não vejo, ou não sou visto.
Ou talvez nem seja. Talvez, seja por isso.
Acordo. Nem sei onde estou... muito menos o que está acontecendo. Penso logo: existo?
Me dou conta que isso não faz diferença.